Farinha ou flocos de aveia? Farinha integral de trigo ou farelo de trigo? Gérmen de milho?
Com certeza você já se deparou com esses nomes em uma receita ou nas prateleiras dos mercados. Mas afinal, quais são as diferenças entre esses produtos? Qual é o melhor?
Na verdade farinhas, farelos e flocos são preparados originalmente a partir dos grãos de cereais. Hoje esses nomes pularam a barreira da classificação vegetal e são utilizados também para outros tipos de alimentos, como soja, amendoim, castanhas e até produtos de origem animal (existe farinha de ossos, farinha de casca de ovo e outras).
É difícil dizer qual forma de apresentação é melhor que a outra. Seria mais correto dizer que cada uma é boa para sua aplicação. Todas tem sua importância. Nesse texto vamos falar sobre as principais diferenças entre farinhas, farelos e flocos.
Começando pela farinha, ela é produzida a partir do endosperma e do gérmen do grão, sendo essas as partes mais internas. Para conseguir chegar tão fundo assim, os grãos passam pelo processo de moagem seguida pelo refino. Porém, o refino acaba retirando as fibras e concentrando carboidratos, proteínas, lipídeos e minerais, ou seja, aumenta o teor calórico do produto final. Existem diferentes tipos de farinha, por exemplo: farinha de mandioca, trigo, milho aveia, amêndoas etc. Elas normalmente são usadas na produção de pães, massas, biscoitos e bolos.
Também é possível encontrar farinhas não convencionais produzidas através de resíduos de frutas e legumes, como a farinha de laranja, berinjela, coco, banana verde, casca de maracujá, entre outras. Essa é uma técnica utilizada para evitar o desperdício alimentar e obter total proveito do produto, podendo muitas vezes ser produzida de forma caseira, além de potencializar o consumo de fibras e outros nutrientes que não seriam ingeridos normalmente.
Já o farelo é feito com a parte superficial do grão, e pode ser o que sobra do refino da farinha ou da extração de óleo. Por exemplo, o farelo de trigo contém as casquinhas dos grãos de trigo, e o farelo de soja é o grão de soja desengordurado, ou seja, sem o óleo. No farelo vamos encontrar maiores quantidades de fibra e/ou de proteínas.
Essas características vão melhorar a nutrição, pois altos teores de fibra auxiliam no bom funcionamento do sistema digestório e aumentam a sensação de saciedade, o que quer dizer que mesmo comendo pouco, você consegue se sentir satisfeito. Esse farelo pode ser utilizado na produção de cereais matinais e barras de cereais, assim como na produção de pães, biscoitos e bolos.
Por último temos os flocos, que são obtidos através da prensagem da matéria-prima integral, que será esmagada até ficar completamente achatada. Esse método é utilizado com aveia, milho, arroz, trigo, coco etc. e permite que o grão mantenha seus carboidratos e nutrientes totais. Vamos encontrar os flocos em preparações de cereais, biscoitos, barrinhas, in natura, podendo ser consumidos isoladamente ou adicionados a frutas, iogurtes, sorvetes ou onde sua imaginação quiser!
No caso do milho, temos muitas classificações de farinha, de acordo com a granulometria, que é o tamanho do grão final. Os tipos mais conhecidos são farinha e o fubá, que apesar de serem ambos produzidos a partir do milho moído, na prática são diferentes. A farinha integral é produzida pela moagem dos grãos inteiros e secos do milho. Apesar dessa farinha possuir mais nutrientes, o óleo contido nos grãos faz a farinha oxidar mais facilmente, criando aquele cheiro de ranço, e por isso tem uma validade menor. O fubá é feito pela moagem dos grãos secos e degerminados, ou seja, já sem o gérmen e sem a casca. O fubá tem grãos pequenos, com diâmetro entre 0,2 e 0,6 mm, e como é fina, absorve mais água e também cozinha mais rápido que a farinha de milho. O fubá mimoso é produzido como o fubá comum, apenas mais fino, com grãos menores que 0,2 mm de diâmetro. Já para produção da farinha de milho flocada os grãos de milho são primeiro hidratados, e só depois são triturados, prensados com rolos para formarem os flocos, e então torrados. O resultado são flocos espessos.
Saber essas diferenças é importante no planejamento de sua alimentação ou apenas para saber a qualidade nutricional do que estamos consumindo, utilizando a tecnologia e nossos conhecimentos para explorar as diversas maneiras de preparações, sejam elas simples ou elaboradas, saudáveis ou apenas prazerosas.
Qual desses alimentos você usa mais no seu dia-a-dia?
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