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  • Foto do escritorNina James

Grumixama - a cereja da Mata Atlântica

Atualizado: 2 de jun. de 2021


Dentre as centenas de frutas nativas do Brasil está a grumixama. A grumixameira era encontrada na Mata Atlântica, de Pernambuco até Santa Catarina, mas infelizmente está entre as espécies em extinção, pois sua madeira era muito procurada. É uma planta da família das Myrtaceae, como a pitanga, uvaia, cagaita, araçá, guabiroba, goiaba e jabuticaba. Há duas espécies mais encontradas: a grumixama roxa ou amarela (Eugenia brasiliensis) e a grumixama anã (Eugenia itaguahiensis, original da restinga). A E. brasiliensis tem porte médio, atingindo entre 6 e 15m. A variedade anã é arbustiva e alcança entre 1 e 3 metros, sendo muito procurada para o cultivo em vasos pois tem crescimento rápido e já frutifica a partir dos 2 anos.


A árvore costuma florescer entre setembro e novembro e dar frutos entre novembro e fevereiro. Utilizando técnicas de poda, é possível ter de duas a três colheitas durante a estação.


A fruta mede cerca de 3 cm de diâmetro, tem a casca roxa quase preta e polpa branca. Por fora, parece mesmo uma cereja, daí o apelido. Quando madura é bem docinha e tem um sabor que parece a mistura de jabuticaba com pitanga. Por ser nativa, é muito procurada pela fauna local, e por essa razão é muito utilizada em projetos de reflorestamento de áreas degradadas. Infelizmente, é subaproveitada comercialmente, ou seja, é muito difícil achar pra vender.


Se você tem um pé de grumixama no seu quintal, pode colher as frutas, mantendo o talo, e vender como cereja brasileira. Olha a valorização do produto nacional aí!


Para consumo humano, as frutinhas podem ser colhidas diretamente da árvore ou do chão, quando recém-caídas. Pode ser consumida in natura ou utilizada para fazer sucos, geleias, tortas, licores, sorvetes, vinagres e o que mais sua imaginação mandar. Diz a sabedoria popular que um xarope feito com a casca de sua árvore e mel é um ótimo expectorante, e que a fruta cura inflamações da garganta.


Muitos remédios surgiram de pesquisas que procuraram confirmar a sabedoria popular na utilização de plantas como medicamento. Neste caso, estudos indicam que as folhas da grumixameira possuem compostos fenólicos com atividade anti-inflamatória, que foi testada com sucesso em feridas na pele. Um estudo com a fruta mostrou que a polpa contém polifenóis com atividade anti-inflamatória. Outro encontrou na polpa antocianinas com efeito positivo no tratamento de doenças do pulmão (estudo em células). Um quarto estudo investigou tanto folhas quanto polpa e descobriu que as folhas tem mais atividade antioxidante, mas a atividade anti-inflamatória foi encontrada tanto na folha como na polpa e sementes.


Outro estudo muito interessante deu suco de grumixama para mulheres saudáveis uma única vez e verificou como os polifenois foram metabolizados pelo organismo. Isso é importante porque o resultado de análises feitas in vitro, ou seja, por métodos químicos em um laboratório, pode ser diferente do comportamento que os mesmos compostos tem no organismo, devido à própria digestão e à interação com outras substâncias. Nesse estudo, os metabólitos (substâncias que sobram após serem metabolizadas pelo organismo) encontrados foram testados in vitro em células cancerígenas e o resultado foi inibição no crescimento dessas células. Ou seja, o próprio suco de grumixama pode ajudar no tratamento contra o câncer.


Essa frutinha tem potencial, né?


Porque será que não consumimos grumixama todos os dias? Porque não encontramos grumixama pra vender em todos os mercados? Porque não temos um pezinho de grumixama no nosso quintal (ou no vaso)?


A resposta para todas essas perguntas é: “Porque o brasileiro não valoriza o que é nosso”.


Vamos mudar essa realidade?



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